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quinta-feira, 21 de março de 2013

Pareidolia e antropomorfização veicular

Vocês já pararam para reparar na parte frontal dos carros? Você já encarou um veículo?

Sempre tenho a incômoda impressão de que há uma personalidade, um humor, preso dentro de cada um deles. É a antropomorfização veicular que acontece dentro da minha cabeça quase vazia.

Isso se dá pela composição dos faróis, capô e para-choque, que lembram rostos com diferentes estados de espírito impressos neles.

Os corsas parecem estar felizes; os fuscas invocados, com as sobrancelhas arqueadas; as kombis são curiosas e atentas; e por ai vai...

Mas isso tem nome: Pareidolia!

Nosso querido cérebro trata de tentar assimilar todas as informações que recebemos com coisas que conhecemos. Por isso algumas figuras disformes muitas vezes tomam formas de rostos, objetos ou coisas assustadoras.
Você pode enxergar formas em nuvens, sombras, manchas de madeira ou até rostos em carros.
Pareidolia é o nome do fenômeno onde seu cérebro transforma o desconhecido em algo conhecido, mesmo que seja maluco.

Acredito não ser o único antropomorfizador veicular que há andando por ai. Somos um grupo silencioso e maluco, tome cuidado!

Abraços!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Pense!

Num mundo ideal tudo isso pareceria óbvio.

Sou um amante do pensamento.

O tipo de formação que tive sempre me estimulou a pensar, a conhecer, a questionar. Por que isso é tão importante? De onde devemos partir para a construção do senso crítico?

Acredito que haja uma leve diferença entre informação e conhecimento.

Tudo é informação, e  nos relacionamos com ela de diferentes formas. Ela é absorvida de maneira sensorial.
Todas as coisas com as quais nós temos contato são traduzidas e enviadas para o cérebro como informação. Temos um banco de dados que é acessado quando nos deparamos com diferentes situações.

Dessa forma, todos nós estamos preparados para lidar com as situações mais comuns. Sabemos o que é o frio e como devemos nos proteger, quais coisas oferecem perigo à nossa integridade física, como saciar nossas vontades. Enfim... As informações básicas adquiridas por observação, constatação ou de forma empírica.

O que vai te distinguir da grande massa amórfica que é a sociedade são as informações que você busca além disso. As informações que obtemos através de livros, filmes, pesquisas ou até músicas... Tudo um dia pode te servir como referência.

Só que estamos na era da informação. A internet nada mais é que a informação efervescente correndo de um lado para o outro, sendo acessada e trocada. Inclusive informação falsa, que carece de fontes. Por isso devemos aprender também a filtrar a informação.

E o conhecimento?

O conhecimento é constituído das coisas que podemos concluir através do banco de dados que possuímos. Pensar nada mais é que um passeio contemplativo que você faz pelo seu cérebro. Onde você vai calmamente observar, analisar e relacionar as coisas que conhece.
Agora... Se você não consume informações além das que são oferecidas normalmente, é possível produzir algum conhecimento? Um banco de dados parco resultará no senso comum. Nada que mereça destaque.

Tudo isso está relacionado ao senso crítico? De certa forma...

O senso crítico é a habilidade de questionar o que está sendo oferecido.
É mais importante questionar a si próprio do que aos outros.

Um pequeno passatempo cerebral: Pegue um gosto de anos atrás, algo que passou. Pode ser uma música que te soe brega hoje. O que mudou? Você amadureceu? Quais características que te agradavam e hoje não agradam mais? Você consegue identificar essas características em outros produtos que deixou de consumir?
Vai perceber que não está sozinho. Há centenas de milhares de pessoas que já gostaram da mesma coisa que você e que hoje soa brega. Todas amadureceram juntas? Por que hoje ninguém mais gosta?
Você gostava porque isso foi colocado na sua e em tantas outras cabeças de cima para baixo.

Ao questionar seus próprios gostos você vai perceber que nem gosta de algumas coisas.

O senso crítico é uma semente que deve ser plantada e adubada com conhecimento para a sustentação dos seus questionamentos. Senão você não vai passar de um ranzinza.

Aprendi na universidade que a imprensa pauta a sociedade, que tudo gira em torno de interesses, que o que acreditamos ser cultura muitas vezes é o que estamos condicionados a pensar... Mas sou capaz de sustentar todos esses questionamentos, de citar teorias formuladas por pensadores que dão o fulcro às indagações. Essa é a diferença!

Se eu pudesse dar três dicas....

Informe-se! Pense! Questione!

Pelo amor de deus!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Segredos

É preciso me acostumar, além de deixar claro para algum eventual leitor desse templo do conhecimento que é o blog, que quanto maior a incidência dos textos, menor a grandiosidade da obra.
É claro que vez ou outra posso ser banhado pela luz divina da inspiração, agraciado pelos lampejos da sabedoria... E acabar me ocorrendo epifanias, catarses...

Porém.... Essa não é uma destas ocasiões.
Vamos aos trabalhos.


A única testemunha do amor secreto de Píramo e Tisbe era a fenda em uma parede.
Ninguém, além dela, para ver ou ouvir as juras e as promessas.

Mas e se os amantes vivessem nos tempos de hoje como nós? Quantos segredos você guarda?
Hoje todos eles estão materializados em informações intangíveis guardadas atrás de senhas, da falsa segurança nas mensagens do seu celular, criptografia talvez, os mais saudosistas ainda preservam cartas.

O que antes era um privilégio de corporações, agora está democratizado: A documentação dos seus segredos. O que antes era guardado só no seu âmago, agora está de certa forma acessível.

A revolução que nos trouxe até aqui aconteceu de forma gradual. Os privilégios nos foram dados aos poucos.... Toma aqui a sua comunicação, o acesso à informação. Agora me dá a sua privacidade.

Pouquíssimos param para fazer a leitura do cenário, se preocupam em quais dados devem ser expostos e quais não. É uma lucidez pouco atingida. O mito da caverna.

Sorte não existir um Julian Assange dos segredos pessoais, não é mesmo? A propósito.... Você é a favor do Wikileaks?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Equações

Todo e qualquer momento é uma oportunidade para pensar. É isso que os pensadores fazem.
Um costume colocado pouco em prática nos tempos atuais: A produção de conteúdo intelectual, conjecturas, divagações, a partir de situações do cotidiano.

Às vezes me pego absorto nesse tipo de atividade...

Detesto analogias e forças de expressão!
Elas servem para simplificar situações complexas e excluir aspectos importantes que devem ser levados em consideração.
Certa vez já tentaram usar o gosto dos alimentos pra me explicar as relações humanas. Algo como "ninguém pode ser doce o tempo todo." Cada uma...

Mas gosto de comparar momentos do meu dia, ou praticamente todos eles, com equações, onde cada variável influenciará no resultado final. Explico como uma simples situação pode se transformar num quase complexo polinômio.

Todo dia eu faço o caminho de ida e volta da casa para o trabalho de carro. No meu mundo ideal eu posso voltar com os vidros abertos tomando vento. Fico feliz igual um cachorro, dá pra fazer ondas imaginárias com as mãos, enfim...

A grosso modo minha equação fica assim: DIA FRESCO+VIDROS ABERTOS+VELOCIDADE IDEAL PARA TOMAR VENTO = ACÁCIO FELIZ

Dia desses eu peguei uma chuva... Numa situação dessas deveria ser possível andar com os vidros quase totalmente fechados, já que uso canaletas (Elas também entram na equação. Você perde em beleza, mas pode andar com o vidro pelo menos uns quatro dedos abertos em dias de chuva sem se preocupar com as gotas invasoras). Porém, era um dia chuvoso e abafado, o que fazer?

Os vidros fechados me deixariam no fornomóvel, os vidros abertos deixariam tudo encharcado e sou chato o suficiente pra me sentir incomodado com a queda de potência do motor com o ar-condicionado ligado (do tipo que fica ligando e desligando o ar em diferentes situações só pra tentar fazer a conta de quanto eu perco em rendimento, coisa de maluco mesmo).

Taí! Pior do que as equações da vida, são as equações que nunca serão resolvidas. Não existia uma combinação possível de variáveis que me permitisse voltar para casa feliz. No dia eu tomei um pouco de chuva, andei um pouco dentro do forno e um pouco também com o ar-condicionado ligado. Só pelo conhecimento empírico do resultado em cada uma das situações.