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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Conte-me outra


Tragam uma cruz e uma coroa!
Na cruz nós pregaremos Joelma. Corruptora do liberalismo, arauto do preconceito!
A coroa nós colocaremos sobre a cabeça de Daniela Mercury. Símbolo da diversidade, apoiadora mor das homossexuais.

Sério mesmo?

Não quero entrar na questão da incongruência de discurso de uma sociedade que prega a liberdade e achincalha uma celebridade só porque emitiu uma opinião pessoal que muita gente omite.

O episódio Joelma x Daniela Mercury só mostra o quanto ainda usamos cabresto. Pra não reescrever tudo que já foi escrito por um cara que admiro muito, o André Forastieri, vou recomendar que leiam esse texto aqui do blog dele para entenderem melhor onde quero chegar: Joelma e Daniela: liberdade, libertinagem, tolerância e fé.

Vou abordar um episódio que ainda tange o mesmo acontecimento. Dessa vez o, também demonizado, Rafinha Bastos tentou fazer piada da situação, só pra variar. Pelo twitter, sua principal arma, ele escreveu algo comparando Daniela Mercury ao, também Mercury, Freddie, e estendeu a piada com um pequeno comentário sobre os funcionários da rede do hotel Mercure, que eu particularmente não conhecia. Perdoem a ignorância.

A equipe de social media do Mercure, se mostrando muito bem preparada, respondeu ao comediante dizendo: "Rafinha Bastos, aqui respeitamos a diversidade".
A mesma equipe também aproveitou a sua fanpage no facebook para postar algo aos moldes dos atuais "memes" dizendo: "O canto dessa cidade somos todos nós ;)".

Preciso dizer o que aconteceu? Repercussão positiva instantânea e idolatria popular nas redes sociais para a galera do hotel.

O mercure é legal? Não sei! Nunca dormi num quarto da rede deles. Mas o fato é que agora eles estão pegando uma caroninha na má fama de um dos caras que mais dão ibope, Rafinha "demônio" Bastos.

É claro que é interessante pra eles! O Mercure tem pouco mais de 3.500 "curtir" na sua fanpage, enquanto o Rafinha Bastos conta com 1,2 milhões, além de já ter sido eleito o cara mais influente do mundo no twitter pelo New York Times. Até eu que sou mais bobo iria aproveitar a oportunidade dada pelo Rafinha Bastos.

Isso vale até uma teoria da conspiração! Estaria a rede de hotéis pagando o comediante para poder se autopromover? Vai saber...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Crítica: G.I. Joe 2: Retaliation


G.I. Joe 2: Retaliation
Esse final de semana/feriado assisti ao G.I. Joe 2 e ai vão algumas impressões.

Assistir o segundo filme da franquia no cinema me mostrou o quanto o primeiro filme foi aleatório e pouco marcante, já que eu sequer lembrava se havia assistido ou não. Todas as lembranças do primeiro G.I. Joe: The Rise of Cobra, de 2.009, eram partes desconexas da trama e das cenas do filme.

Ponto para a dupla de roteiristas: Rhett Reese e Paul Wernick -do divertidíssimo Zombieland-, que logo no início do filme tratou de fazer uma simples e eficiente recapitulação, que deixa até uma girafa adestrada contextualizada com os últimos acontecimentos. A necessidade de ter assistido o primeiro filme é dispensável.

O elenco do segundo filme teve uma melhora significativa, com Dwayne "The Rock" Johnson -que esbanja músculos e simpatia- e o sempre eficaz Bruce Willis. O segundo com direito à uma pequena homenagem à sua carreira, utilizando uma referência ao The Whole Nine Yards, de 1.999, aqui no Brasil traduzido como Meu Vizinho Mafioso.

G.I. Joe 2 dá um check em todos os requisitos de um filme pipoca de ação: tiroteios, explosões, cenas empolgantes e algumas piadelas.
Um destaque para as cenas frenéticas de ação que mesmo montadas com cortes rápidos não se tornaram ininteligíveis e divertem bastante. Serve de lição de casa para o Michael Bay.

O enredo é básico e conseguiu preservar integralmente a alma da franquia G.I. Joe dos desenhos. Os Joes enfrentam um plano megalomaníaco e maquiavélico dos Cobra: dominar o mundo à custa de armas de destruição em massa.

O maior mérito do filme é conseguir nos fazer lembrar o tempo todo do desenho que foi exibido entre as décadas de 80 e 90 aqui no Brasil.

Era divertido assistir episódios de trinta minutos onde os mocinhos impediam os vilões, que fugiam no final, de dominar o mundo. Mas quando estamos falando de filmes, acho que a premissa podia ter sido um pouco mais elevada.

Todas as sessões em 3D eram dubladas, por isso acabei assistindo sem o efeito tridimensional mesmo.

No geral G.I. Joe 2 é um filme divertido. As cenas de ação, a inventividade das geringonças utilizadas no filme e dois ninjas
lutando justificam bem o tempo gasto. Talvez seja melhor assistir do sofá de casa e guardar a oportunidade de ver uma obra na telona para um filme um pouco melhor.




segunda-feira, 1 de abril de 2013

Nostalgia virtual

Todo pensamento cunhado na pedra da nostalgia é perigoso e, quase sempre, falso!

O futebol não era melhor, os jogos de videogame não eram mais criativos (esses talvez sim), os eletrodomésticos não eram mais duráveis, e por ai vai...

Até os itens mais recentes têm um passado célebre. Mesmo a internet, que eu considero uma entidade, viveu seus tempos áureos. Mas com a internet eu acho que tô certo.

E acreditem.... A INTERNET JÁ FOI UM LUGAR LEGAL! LEGAL PRA CARALHO!

Tive contato com ela desde muito cedo, eu tinha uns onze ou doze anos de idade, ou seja.... Early's 90.
Conexão discada. Chegamos a ter duas linhas telefônicas em casa, já que uma vivia ocupada por conta da internet.
Também fui a primeira pessoa que eu conhecia que teve um gravador de CD's. Se fosse um pouco mais inteligente hoje eu estaria rico, já que fazia cópia por cinco reais e gravava CD's personalizados por quinze, às vezes até vinte reais. Copiei muito jogo de Playstation.

É preciso lembrar que moro e sempre morei em Mairiporã. Por isso o ineditismo da coisa toda.

Naquela época a internet não passava de uma bela fonte de entretenimento. O meu era salvar gif's e imagens de desenhos dos quais eu gostava, jogar RPG nas salas de chat da UOL, encontrar uma galera no mIRC, conversar com os mais chegados no ICQ...

Mas tudo isso com uma grande diferença dos dias de hoje. Os relacionamentos eram muito efêmeros, rasos... Diferente do que vemos hoje, onde criamos uma sobrevida virtual que demanda tempo, preocupação, dedicação e, eu já disse tempo?

As redes sociais arruinaram os relacionamentos sociais de verdade! Por mais que pareça clichê.

Quase ninguém possuía acesso a scanner e câmeras digitais ainda eram um futuro próximo. A consequência disso? Menos fotos no espelho, menos fotos fazendo biquinho, menos fotos de comida, no geral... Menos fotos que me dão vergonha alheia.

Também já passamos pelo auge da liberdade na internet. O BOOM! do P2P. Apesar de acreditar que isso seja apenas um reflexo dos tempos do politicamente-correto que vivemos hoje. Mas de qualquer forma... Vai lá e tenta acessar o Mega Upload.

São características obsoletas de um refúgio virtual que hoje é enfadonho. Que evoluiu principalmente como meio de comunicação que fazemos questão de usar mal.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Pareidolia e antropomorfização veicular

Vocês já pararam para reparar na parte frontal dos carros? Você já encarou um veículo?

Sempre tenho a incômoda impressão de que há uma personalidade, um humor, preso dentro de cada um deles. É a antropomorfização veicular que acontece dentro da minha cabeça quase vazia.

Isso se dá pela composição dos faróis, capô e para-choque, que lembram rostos com diferentes estados de espírito impressos neles.

Os corsas parecem estar felizes; os fuscas invocados, com as sobrancelhas arqueadas; as kombis são curiosas e atentas; e por ai vai...

Mas isso tem nome: Pareidolia!

Nosso querido cérebro trata de tentar assimilar todas as informações que recebemos com coisas que conhecemos. Por isso algumas figuras disformes muitas vezes tomam formas de rostos, objetos ou coisas assustadoras.
Você pode enxergar formas em nuvens, sombras, manchas de madeira ou até rostos em carros.
Pareidolia é o nome do fenômeno onde seu cérebro transforma o desconhecido em algo conhecido, mesmo que seja maluco.

Acredito não ser o único antropomorfizador veicular que há andando por ai. Somos um grupo silencioso e maluco, tome cuidado!

Abraços!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Pense!

Num mundo ideal tudo isso pareceria óbvio.

Sou um amante do pensamento.

O tipo de formação que tive sempre me estimulou a pensar, a conhecer, a questionar. Por que isso é tão importante? De onde devemos partir para a construção do senso crítico?

Acredito que haja uma leve diferença entre informação e conhecimento.

Tudo é informação, e  nos relacionamos com ela de diferentes formas. Ela é absorvida de maneira sensorial.
Todas as coisas com as quais nós temos contato são traduzidas e enviadas para o cérebro como informação. Temos um banco de dados que é acessado quando nos deparamos com diferentes situações.

Dessa forma, todos nós estamos preparados para lidar com as situações mais comuns. Sabemos o que é o frio e como devemos nos proteger, quais coisas oferecem perigo à nossa integridade física, como saciar nossas vontades. Enfim... As informações básicas adquiridas por observação, constatação ou de forma empírica.

O que vai te distinguir da grande massa amórfica que é a sociedade são as informações que você busca além disso. As informações que obtemos através de livros, filmes, pesquisas ou até músicas... Tudo um dia pode te servir como referência.

Só que estamos na era da informação. A internet nada mais é que a informação efervescente correndo de um lado para o outro, sendo acessada e trocada. Inclusive informação falsa, que carece de fontes. Por isso devemos aprender também a filtrar a informação.

E o conhecimento?

O conhecimento é constituído das coisas que podemos concluir através do banco de dados que possuímos. Pensar nada mais é que um passeio contemplativo que você faz pelo seu cérebro. Onde você vai calmamente observar, analisar e relacionar as coisas que conhece.
Agora... Se você não consume informações além das que são oferecidas normalmente, é possível produzir algum conhecimento? Um banco de dados parco resultará no senso comum. Nada que mereça destaque.

Tudo isso está relacionado ao senso crítico? De certa forma...

O senso crítico é a habilidade de questionar o que está sendo oferecido.
É mais importante questionar a si próprio do que aos outros.

Um pequeno passatempo cerebral: Pegue um gosto de anos atrás, algo que passou. Pode ser uma música que te soe brega hoje. O que mudou? Você amadureceu? Quais características que te agradavam e hoje não agradam mais? Você consegue identificar essas características em outros produtos que deixou de consumir?
Vai perceber que não está sozinho. Há centenas de milhares de pessoas que já gostaram da mesma coisa que você e que hoje soa brega. Todas amadureceram juntas? Por que hoje ninguém mais gosta?
Você gostava porque isso foi colocado na sua e em tantas outras cabeças de cima para baixo.

Ao questionar seus próprios gostos você vai perceber que nem gosta de algumas coisas.

O senso crítico é uma semente que deve ser plantada e adubada com conhecimento para a sustentação dos seus questionamentos. Senão você não vai passar de um ranzinza.

Aprendi na universidade que a imprensa pauta a sociedade, que tudo gira em torno de interesses, que o que acreditamos ser cultura muitas vezes é o que estamos condicionados a pensar... Mas sou capaz de sustentar todos esses questionamentos, de citar teorias formuladas por pensadores que dão o fulcro às indagações. Essa é a diferença!

Se eu pudesse dar três dicas....

Informe-se! Pense! Questione!

Pelo amor de deus!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Segredos

É preciso me acostumar, além de deixar claro para algum eventual leitor desse templo do conhecimento que é o blog, que quanto maior a incidência dos textos, menor a grandiosidade da obra.
É claro que vez ou outra posso ser banhado pela luz divina da inspiração, agraciado pelos lampejos da sabedoria... E acabar me ocorrendo epifanias, catarses...

Porém.... Essa não é uma destas ocasiões.
Vamos aos trabalhos.


A única testemunha do amor secreto de Píramo e Tisbe era a fenda em uma parede.
Ninguém, além dela, para ver ou ouvir as juras e as promessas.

Mas e se os amantes vivessem nos tempos de hoje como nós? Quantos segredos você guarda?
Hoje todos eles estão materializados em informações intangíveis guardadas atrás de senhas, da falsa segurança nas mensagens do seu celular, criptografia talvez, os mais saudosistas ainda preservam cartas.

O que antes era um privilégio de corporações, agora está democratizado: A documentação dos seus segredos. O que antes era guardado só no seu âmago, agora está de certa forma acessível.

A revolução que nos trouxe até aqui aconteceu de forma gradual. Os privilégios nos foram dados aos poucos.... Toma aqui a sua comunicação, o acesso à informação. Agora me dá a sua privacidade.

Pouquíssimos param para fazer a leitura do cenário, se preocupam em quais dados devem ser expostos e quais não. É uma lucidez pouco atingida. O mito da caverna.

Sorte não existir um Julian Assange dos segredos pessoais, não é mesmo? A propósito.... Você é a favor do Wikileaks?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Equações

Todo e qualquer momento é uma oportunidade para pensar. É isso que os pensadores fazem.
Um costume colocado pouco em prática nos tempos atuais: A produção de conteúdo intelectual, conjecturas, divagações, a partir de situações do cotidiano.

Às vezes me pego absorto nesse tipo de atividade...

Detesto analogias e forças de expressão!
Elas servem para simplificar situações complexas e excluir aspectos importantes que devem ser levados em consideração.
Certa vez já tentaram usar o gosto dos alimentos pra me explicar as relações humanas. Algo como "ninguém pode ser doce o tempo todo." Cada uma...

Mas gosto de comparar momentos do meu dia, ou praticamente todos eles, com equações, onde cada variável influenciará no resultado final. Explico como uma simples situação pode se transformar num quase complexo polinômio.

Todo dia eu faço o caminho de ida e volta da casa para o trabalho de carro. No meu mundo ideal eu posso voltar com os vidros abertos tomando vento. Fico feliz igual um cachorro, dá pra fazer ondas imaginárias com as mãos, enfim...

A grosso modo minha equação fica assim: DIA FRESCO+VIDROS ABERTOS+VELOCIDADE IDEAL PARA TOMAR VENTO = ACÁCIO FELIZ

Dia desses eu peguei uma chuva... Numa situação dessas deveria ser possível andar com os vidros quase totalmente fechados, já que uso canaletas (Elas também entram na equação. Você perde em beleza, mas pode andar com o vidro pelo menos uns quatro dedos abertos em dias de chuva sem se preocupar com as gotas invasoras). Porém, era um dia chuvoso e abafado, o que fazer?

Os vidros fechados me deixariam no fornomóvel, os vidros abertos deixariam tudo encharcado e sou chato o suficiente pra me sentir incomodado com a queda de potência do motor com o ar-condicionado ligado (do tipo que fica ligando e desligando o ar em diferentes situações só pra tentar fazer a conta de quanto eu perco em rendimento, coisa de maluco mesmo).

Taí! Pior do que as equações da vida, são as equações que nunca serão resolvidas. Não existia uma combinação possível de variáveis que me permitisse voltar para casa feliz. No dia eu tomei um pouco de chuva, andei um pouco dentro do forno e um pouco também com o ar-condicionado ligado. Só pelo conhecimento empírico do resultado em cada uma das situações.